sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Centro de Vivências

Centro de Vivências devidamente identificado: agora temos uma faixa!

A composteira do Campus Saúde

Aula de Psicologia Social na OCA!

Uma aula ministrada ao ar livre, à sombra de uma OCA. Nessa semana, a cena foi vista no Instituto de Psicologia e despertou curiosidade de quem circulava pelo Campus Saúde. Cartazes colados nas paredes de capim deram conta das anotações costumeiramente feitas no quadro negro e os estudantes se acomodaram pelo gramado. Não houve incômodo em sentar no chão, mas vale registrar que a OCA ganhou, há poucos dias, banquinhos ecológicos, feitos de tronco de pinheiro.
Que esta seja a primeira de muitas aulas ao ar livre!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Piquenique dia 05/11


Alunos, professores e funcionários estão convidados para a confraternização: um lanche coletivo para a inauguração do horto da Saúde. Traga um prato de doce ou salgado, mudas ou sementes e participe! Todos serão bem-vindos.

sábado, 23 de outubro de 2010

Mutirão para a construção

Roda de conversa: "o papel do índio na universidade"


A Semana Acadêmica Integrada Psicologia - Fonoaudiologia - Serviço Social promoveu, no dia 20 de outubro, uma roda de conversa sobre "O papel do índio na universidade". Cerca de 50 estudantes, índios e não-índios, participaram da atividade, trocando impressões, reflexões e experiências sobre as culturas indígenas e seu acolhimento pela universidade.

Falou-se, sem preconceitos e pudores, da imagem estereotipada do bom selvagem e do branco malvado, dos estranhamentos entre estudantes índios e não-índios no convívio em sala de aula, dos casos de discriminação na UFRGS, das políticas públicas de ensino superior e do infeliz depoimento prestado pelo coordenador da Comgrad do curso de Medicina, Heitor Hentschel, ao Jornal da Universidade no último mês de setembro. No texto, ele ataca diretamente uma aluna indígena, questionando seu direito de acesso à universidade e sua capacidade de aprendizagem. Não foi possível disponibilizar aqui no blog o link do texto, já que o site do Jornal da Universidade está desatualizado...

Uma OCA para a UFRGS e um Centro de Vivências para o Campus Saúde


* Texto originalmente publicado no jornal "O Ilegítimo", aperiódico do Coletivo de Estudantes Autônomos, edição de outubro de 2010.

Há uma expectativa muito difundida de que os índios, para serem verdadeiros índios, devem ser fiéis a práticas como o coletivismo, a nudez, a agricultura... Tudo como nos tempos da colonização. O estereótipo molda o imaginário nacional e reflete nas políticas adotadas para os povos indígenas. Serve de desculpa para a invasão de suas terras, para o extermínio de suas populações, para o desmonte de suas organizações e a desvalorização de seus rituais. Mas, os índios são sujeitos tão mutáveis quanto os não-índios. Estão nas cidades, nas universidades. O que está por trás dessa exigência de autenticidade?

Na UFRGS, o convívio entre índios e não-índios traz à tona preconceitos e confusões sobre a identidade indígena. Muitos estudantes condenam o ingresso através de medidas afirmativas de cotas. Algumas opiniões aparecem na forma de abordagens pouco gentis pelos corredores, bibliotecas, moradias estudantis... Há também estudantes que preferem ser contrários em silêncio e guardam o preconceito para si, negando-o e menosprezando a história do país. No discurso, a universidade vangloria a diversidade. Na prática, ainda lida com ela por meio da exceção.

No entanto, existe dentro da universidade mais vida e movimento do que as paredes institucionais conseguem sufocar. O movimento estudantil passa por uma necessária transformação em suas formas de atuação, na tentativa de modificar a realidade descrita. É por isso que, pela primeira vez na UFRGS, índios e não-índios estiveram lado a lado, agindo por causas comuns. Juntos, ergueram uma OCA. As práticas e os saberes indígenas e a histórica inquietude estudantil se complementaram através da ação direta, superando os impasses do mero erguer bandeiras e gritar palavras de ordem. O Campus Saúde, agora, tem um Centro de Vivências e um espaço de referência para o debate sobre as culturas indígenas - cada vez mais presentes na universidade.

Desde o dia 22 de outubro, uma OCA pesa sobre a fronteira que separa índios e não-índios na UFRGS. Uma OCA construída pelas mãos dos próprios estudantes, que apropriaram-se do espaço que é deles, marcando o cenário da universidade e da própria cidade. Em tempos de alienação, as pessoas só enxergam o que está nas suas caras, se interpondo em suas vidas. Logo, se poderá ver em Porto Alegre que nem tudo o que é indígena foi exterminado ou ostracizado. Inclusão não só se discute, mas se constrói.