domingo, 19 de dezembro de 2010

Fotos do Mutirão de Fim de Ano!

Para quem não pode estar presente, aí vai um pouquinho do que fizemos nesta sexta:
Nós ganhamos várias mudas do UVAIA e do Viveiros Comunitários, grupos parceiros do campus do vale.
Pessoal da comunidade aprendendo sobre compostagem.
Plantamos mais 4 árvores seguindo a linha da grade. O Ipê já estava plantado, e agora temos uma jaboticabeira, goiabeira, araticum e laranjeira.
E o feijão já está dando vagens!!!
Fizemos um belo piquenique no fim da tarde.
Conversando sobre as cotas raciais da UFRGS.
E eis a novíssima espiral de ervas do CVOCA, principal projeto do dia. Agradecemos a todos os amigos do GARRA, UVAIA, INGÁ e estudantes de diversos cursos que apareceram para dar uma mão.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mutirão de fim de ano no CVOCA!

Local da festa: http://comitelatinoamericano.blogspot.com/, com músicas folclóricas do cancioneiro latinoamericano!

Tragam suas mudas e sementes para o mutirão. =) Após o Cine GARRA, o trabalho na terra continua!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mais fotos do mutirão de construção









Mais por vir. Aguarde.

SAE ameaça a OCA da UFRGS

Caros colegas,

Recentemente as estudantes Camila Reinheimer e Angélica Domingos, ambas estudantes do curso de Serviço Social, sendo a Angélica uma estudante indígena, foram ameaçadas de processo administrativo pelo secretário de assuntos estudantis Edilson Amaral caso a OCA da UFRGS, localizada no campus da saúde ao lado do prédio da Psicologia não fosse removida. O secretário acusou o movimento de ser uma falsa representação da cultura indígena, de ser um espaço utilizado para fumar maconha, entre outras manifestações verbais grosseiras e descabidas.
Diante disso, escrevemos coletivamente uma resposta para a SAE na qual nos co-responsabilizamos pela construção da OCA, de modo a remover a responsabilidade apenas da Angélica e da Camila que foram as que assinaram o ofício originalmente. Nessa resposta também afirmamos que não pretendemos remover a OCA até que realmente seja iniciada a construção do futuro prédio que se pensa ser colocado ali, e mediante a cessão de um outro local para onde ela possa ser transferida.
 
Portanto, estamos organizando um abaixo-assinado massivo solicitando que caso as duas recebam processo administrativo, que todos os signatários sejam processados por igual. Quem fizer parte da comunidade acadêmica e concordar com estes termos, favor enviar seu nome completo, vínculo institucional com a UFRGS e número do cartão para o email ocaufrgs@gmail.com. Caso não tenha vínculo com a UFRGS e queira apoiar o movimento da OCA, envie seu nome completo e RG para o mesmo email sinalizando que não faz parte da comunidade acadêmica.


Atenciosamente,

Estudantes índios e não-índios que construíram e utilizam o CVOCA, Centro de Vivências da OCA.


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Porto Alegre, 06 de dezembro de 2010
Edilson Amaral Nabarro
Secretário de Assistência Estudantil
Secretaria de Assistência Estudantil – SAE
Presidente da Comissão de Acesso e Permanência Indígena
Comissão de Acesso e Permanência Indígena - CAPEIn

Em atenção ao ofício nº 406/2010 – SAE encaminhado aos representantes discentes da Comissão Organizadora da Semana Acadêmica Integrada – SAI do Instituto de Psicologia, bem como às alunas Angelica Domingos e Camila Reinheimer, em que solicitam as providências imediatas para a retirada de estrutura em forma de oca construída junto ao espaço físico externo do Instituto de Psicologia, sob a justificativa de que o atendimento da solicitação da Comissão Organizadora da SAI por parte da CAPEIN restringiu-se ao apoio para os termos da solicitação, ou seja, “a construção de um espaço simbólico em forma de oca, no Campus da Saúde, durante a realização da Semana Acadêmica Integrada (SAI)”.

O referido documento, anexo ao ofício, é claro em sua proposição, onde “os estudantes indígenas comunicam a construção de um espaço simbólico, em forma de oca, no Campus Saúde, durante a realização da Semana Acadêmica Integrada (SAI) do Instituto de Psicologia. O objetivo é criar uma referência para o debate sobre a cultura indígena na universidade e proporcionar a convivência entre alunos índios e não índios.”

Em que pese o entendimento do signatário do ofício 406/2010, a proposta é, e sempre foi, de construção e permanência e não de derrubada.

A Oca do Campus da Saúde tem atingido o objetivo ao qual se propuseram seus construtores e apoiadores, pois tem sido um espaço de encontros, conversas, reuniões, aulas e eventos identificados com a Instituição de Ensino Superior da qual já é parte. Desde a preparação para a sua construção, nas articulações em busca de materiais e troca de conhecimentos técnicos, como o dia em que foi erguida, envolvendo estudantes dos mais diversos cursos de todos os Campi da Universidade, o esforço na manutenção e aperfeiçoamento de sua estrutura (assim como o horto) e a utilização focada em atividades com significado para a vida acadêmica, tem gerado ampla visibilidade, pois as pessoas identificadas com a construção da Oca vêm diária e constantemente recebendo manifestações de apoio de estudantes, professores, funcionários e gestores da Universidade e pessoas de fora da Universidade.

Mais do que a sua construção propriamente dita, a Oca arraiga-se num significado de presença dos estudantes indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que através de inúmeras conversas entre índios e índios, índio e nãoíndios, não-índios e não-índios, entenderam os idealizadores de sua construção, seus executores e seus apoiadores, que a presença dos estudantes indígenas na UFRGS deve ser vista, respeitada, apoiada e fortalecida.

Ademais, a Oca, o horto adjunto, a composteira e o espaço circundante têm cumprido a função de Centro de Vivências do Campus da Saúde, denominado CVOCA, atendendo a uma reivindicação antiga dos estudantes da universidade e reconhecida pelo próprio Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRGS. O uso desse espaço
como centro de vivências foi comunicado em ofício uma semana depois da sua construção e uma cópia consta em anexo. Ressaltamos que a construção foi reconhecida e autorizada pela própria SAE, conforme documentação anexa. Entendemos a importância da construção estratégica de novos prédios para a universidade, mas não temos a intenção de retirar a Oca de onde ela se encontra até o momento derradeiro de início das obras do possível prédio. Na eventualidade desse acontecimento, reivindicamos outro espaço físico equivalente em que a Oca possa ser realocada e que o centro de vivências possa continuar cumprindo sua função.

Por esta razão, nós índios, onde nossa etnia nos diferencia, e nós não-índios, onde nossa etnia nos diferencia, iguais quando nos denominamos comunidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vimos apresentarmo-nos ao Sr. Secretário de Assistência Estudantil e Presidente da Comissão de Acesso e Permanência Indígena, como construtores da Oca no Campus da Saúde, razão pela qual, toda e qualquer ação voltada às estudantes Angelica Domingos e Camila Reinheimer, deve necessariamente se estender aos signatários do presente ofício. 

Atenciosamente,
(Todos aqueles que enviarem seus nomes para ocaufrgs@gmail.com)



terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Natureza Verdeja na Horta do CVOCA

O milho e o feijão da horta do CVOCA já estão ficando grandes e bonitos! Logo logo teremos milho crioulo e feijão orgânico no campus da saúde da UFRGS!




sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Centro de Vivências

Centro de Vivências devidamente identificado: agora temos uma faixa!

A composteira do Campus Saúde

Aula de Psicologia Social na OCA!

Uma aula ministrada ao ar livre, à sombra de uma OCA. Nessa semana, a cena foi vista no Instituto de Psicologia e despertou curiosidade de quem circulava pelo Campus Saúde. Cartazes colados nas paredes de capim deram conta das anotações costumeiramente feitas no quadro negro e os estudantes se acomodaram pelo gramado. Não houve incômodo em sentar no chão, mas vale registrar que a OCA ganhou, há poucos dias, banquinhos ecológicos, feitos de tronco de pinheiro.
Que esta seja a primeira de muitas aulas ao ar livre!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Piquenique dia 05/11


Alunos, professores e funcionários estão convidados para a confraternização: um lanche coletivo para a inauguração do horto da Saúde. Traga um prato de doce ou salgado, mudas ou sementes e participe! Todos serão bem-vindos.

sábado, 23 de outubro de 2010

Mutirão para a construção

Roda de conversa: "o papel do índio na universidade"


A Semana Acadêmica Integrada Psicologia - Fonoaudiologia - Serviço Social promoveu, no dia 20 de outubro, uma roda de conversa sobre "O papel do índio na universidade". Cerca de 50 estudantes, índios e não-índios, participaram da atividade, trocando impressões, reflexões e experiências sobre as culturas indígenas e seu acolhimento pela universidade.

Falou-se, sem preconceitos e pudores, da imagem estereotipada do bom selvagem e do branco malvado, dos estranhamentos entre estudantes índios e não-índios no convívio em sala de aula, dos casos de discriminação na UFRGS, das políticas públicas de ensino superior e do infeliz depoimento prestado pelo coordenador da Comgrad do curso de Medicina, Heitor Hentschel, ao Jornal da Universidade no último mês de setembro. No texto, ele ataca diretamente uma aluna indígena, questionando seu direito de acesso à universidade e sua capacidade de aprendizagem. Não foi possível disponibilizar aqui no blog o link do texto, já que o site do Jornal da Universidade está desatualizado...

Uma OCA para a UFRGS e um Centro de Vivências para o Campus Saúde


* Texto originalmente publicado no jornal "O Ilegítimo", aperiódico do Coletivo de Estudantes Autônomos, edição de outubro de 2010.

Há uma expectativa muito difundida de que os índios, para serem verdadeiros índios, devem ser fiéis a práticas como o coletivismo, a nudez, a agricultura... Tudo como nos tempos da colonização. O estereótipo molda o imaginário nacional e reflete nas políticas adotadas para os povos indígenas. Serve de desculpa para a invasão de suas terras, para o extermínio de suas populações, para o desmonte de suas organizações e a desvalorização de seus rituais. Mas, os índios são sujeitos tão mutáveis quanto os não-índios. Estão nas cidades, nas universidades. O que está por trás dessa exigência de autenticidade?

Na UFRGS, o convívio entre índios e não-índios traz à tona preconceitos e confusões sobre a identidade indígena. Muitos estudantes condenam o ingresso através de medidas afirmativas de cotas. Algumas opiniões aparecem na forma de abordagens pouco gentis pelos corredores, bibliotecas, moradias estudantis... Há também estudantes que preferem ser contrários em silêncio e guardam o preconceito para si, negando-o e menosprezando a história do país. No discurso, a universidade vangloria a diversidade. Na prática, ainda lida com ela por meio da exceção.

No entanto, existe dentro da universidade mais vida e movimento do que as paredes institucionais conseguem sufocar. O movimento estudantil passa por uma necessária transformação em suas formas de atuação, na tentativa de modificar a realidade descrita. É por isso que, pela primeira vez na UFRGS, índios e não-índios estiveram lado a lado, agindo por causas comuns. Juntos, ergueram uma OCA. As práticas e os saberes indígenas e a histórica inquietude estudantil se complementaram através da ação direta, superando os impasses do mero erguer bandeiras e gritar palavras de ordem. O Campus Saúde, agora, tem um Centro de Vivências e um espaço de referência para o debate sobre as culturas indígenas - cada vez mais presentes na universidade.

Desde o dia 22 de outubro, uma OCA pesa sobre a fronteira que separa índios e não-índios na UFRGS. Uma OCA construída pelas mãos dos próprios estudantes, que apropriaram-se do espaço que é deles, marcando o cenário da universidade e da própria cidade. Em tempos de alienação, as pessoas só enxergam o que está nas suas caras, se interpondo em suas vidas. Logo, se poderá ver em Porto Alegre que nem tudo o que é indígena foi exterminado ou ostracizado. Inclusão não só se discute, mas se constrói.